dias de leão

antonio dias e rodrigo de souza leão

 

 

ååååå

 

 

 

Dedicado a

 

Antonio Alberto de Souza Leão [papai]

Paulo Sérgio Duarte [padrinho]

 

 

parte 1

 

 

beijo que me mastiga os lábios das entranhas

saliva que cria urtiga e bichos do pé na língua

alguma mulher se deforma enquanto calafrios

de nuvens poli-brancolores invadem o invólucro

do vulvo-químico vermelho que arranha as unhas

negras

 

além disso freud diria que é dado um beijo

no cachimbo e o batom borrou b-ego-nias rubras

 

de saída aqui tudo de entrada ainda

beijo

escrito no espelho do quadro dos dias  em parayba

 

 

 

 

seis ossos de cachorro

ou uma enciclopédia barsa

ou ainda o que restou além

das baratas

 

ou no agreste solo o sudário

de um cordel

ou a mortalha de um e-book

 

 

 

 

sangue sempre cérebro

cerebelo celebrando

atividades neurológicas

na alquimia das tintas

                                 q cinzam

         q rubram

                 q roxam

                 papel jornal

papel de pão embrulhando

papel de embrulho embrumando

o branco

 

cartaz nazista pedindo paz

ou uma pomba tatuada com uma suástica

 

sombra do barco no lago ao fundo

um hospital para loucos como eu

Nietzsche surgindo bigodudo

 

 

 

van gogh esteve tanto aqui

que está a ir e vir sem se fixar

no coração da cor no olhar

 

bandeira e variação sem sol

de um inter-texto qui-mera

escrito no desbotado jeans

 

suave de um jardim 

no mar de perístilos corroídos

pela ferrugem poética

 

da anorexia pós-pré-pós

que não me fez ainda

mascar lóbulos de van gogh

 

 

 

 

chaves para porcas de angústias

no torno das soMbras da explosão

 

o vinho tinto nos lábios da Moldura

 

alguM silêncio esculpindo a sobra

bordejado de branco-albino-herMético

 

250 bombeiros MmorreM por dia aqui

 

o eterno som-sirenascendo dos ampli

Muros nos Muros que foMos assoMam

 

novas bandeiras da cor q eM-globaM-Me

 

 

 

 

havia um paraYbano na lua

havia uma bandeira além das nuvens

 

ou era a bandeira do flamengo

ou o négo q eu tanto fui

no niilismo pagão dos dias negros

 

onde vulcões também diziam cinzas

na ebolição abolicionista dos ismos

 

o ideal é ao mesmo tempo ser paraibano

flamenguista e o primeiro astronauta do brasil

ao fincar os pés em si mesmo

 

provar q possível filosofar em português

 

 

 

 

 

chove chave

chove cobre

 

chave chove

eletro-choq

 

cobre chave

cobrea nuca

 

eletro-ence

falogramado

 

rupestrecor

do nordeste

 

mentedpoeta

filho-primo

 

doqnunca vi

vivendoaqui

 

nunca chove

chove chuva

 

quandochove

chove cobre

 

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